As(os)
Educandas(os) da Escola Família Agrícola Santa Ângela (Efasa) receberam
o trabalho de apresentação e mística da Pastoral da Juventude Rural
(PJR) no último dia 3 de
novembro. O momento contou com a animação de Gilvan Santana e do
William Feitosa Junior. A realidade da juventude do campo, lutas,
trabalho e formação foram temáticas abordadas no dia.
O momento inicial com a mística ocorreu no espaço do Serão (espaço/tempos
de reflexão, integração, atividades artísticas, debates que ocorrem em
sessões noturnas e que favorecem a realização de diversas atividades com
os/as discentes). O cenário, montado pelas(os) educandas(o),
apresentava um recorte da realidade reconhecida por
elas(es) enquanto jovens camponeses e estudantes, destacando o
trabalho, a formação, a cultura, o lazer, a luta e sua espiritualidade.
Logo
após foram realizadas provocações sobre os problemas que a juventude do
campo enfrenta no tocante ao acesso e permanência na vida em seu
território. Questões como
O que leva o jovem a sair do campo? e O que leva o jovem a permanecer no campo?
foram levantadas. Após a apresentação das questões, a
estudantada apresentou reflexões acerca do que foi provocado, de forma
criativa e lúdica, com encenações e cartazes, cabendo depois um momento
de síntese dinamizado pelos animadores.
No
processo de síntese aconteceu a apresentação da PJR, subsidiada pela
reflexão a respeito do processo histórico de luta da resistência
camponesa. Nesse momento, a PJR foi mostrada dando ênfase às marcas da
caminhada e dos frutos colhidos ao longo da luta e
construção do movimento. Além disso, foi apresentada a bandeira da
Pastoral com seus símbolos e significados, assim como sua identidade e
missão.
Jackson,
do 3º ano do curso de Agropecuária da Efasa, afirma que o trabalho
realizado no serão foi de fundamental importância, pois “a gente tem uma
vivência ligada aos movimentos sociais, aos trabalhos de base, e isso
contribui na nossa formação”. Ele destaca ainda
que esse tipo de atividade faz a juventude se engajar e entrar na luta,
e que só se consegue alguma mudança social através dos movimentos
sociais. Jackson, além de aluno, também é poeta e na abertura dos
trabalhos declamou um de seus versos.
A
partir das falas das(os) presentes, na participação de todas(os), fica
evidente a importância de um trabalho de base que deve estar atento ao
empoderamento das juventudes e na mobilização em suas comunidades.
As(os) jovens que estiveram no processo, construindo
o momento do serão, apresentam ainda dificuldade em expressar-se nos
espaços e isso é reforçado por sua pouca participação e engajamento em
grupos de jovens, associações, sindicatos, dentre outros momentos de
luta coletiva e democrática, o que precisa ser
reforçado.
Mesmo
diante disso, é perceptível que a(o) jovem do campo tem leitura de sua
realidade, e enxerga nela uma crença, uma fé no mundo melhor, sem
injustiças, opressões, com justiça e igualdade; enxergam o ser humano
respeitando a terra, cuidando dela, na medida em
que se torna mais humano.
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